Artigo 1

A pluralidade de Ramain-Thiers -

A Sociopsicomotricidade

por: Elisabete Coimbra Cerqueira

Me em Letras. Psicóloga. Pedagoga. Sociopsicomotricista Ramain-Thiers. Psicoterapeuta e Supervisora Ramain-Thiers de Formação. Diretora Cultural da Revista Eletrônica Vitrais da ABRT – Associação Brasileira Ramain-Thiers.

“Não lhe posso dar o que já existe em você mesmo.

Não posso atribuir-lhe outro mundo de imagem, além daquele que há em sua própria alma.

Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso,

a chave.

Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo.

É tudo”.

Herman Hesse

Vivemos e aprendemos, retemos e fixamos o que experenciamos e conhecemos. É uma preocupação antiga da humanidade e mais atual do que nunca, em tempos de tecnologia com informações que chegam de segundo em segundo em nossas vidas. Vivemos com mais flexibilidade, diminuindo distâncias e ampliando conhecimento. Vivemos esse encontro compartilhado.

É fundamental tirar proveitoe apreender com esse novo tempo, que surgiu, sem pedir licença e reconhecer as nossas limitações apropriando de um novo e imediato saber,

Integrar esse novo conhecimento, desejar apreender essa nova modalidade, significa construir, ressignificar, entender o percurso e o avanço histórico da psicomotricidade, no deslocamento do corpo para a imagem provocado pelo momento atual.

Incorporar o saber e tornar proprietário desse saber é o que surge ao se comunicar e se apropriar dessa nova linguagem.

Acompanhando a intenção desse encontro, entre diferentes movimentos e linguagens, ofereço e apresento a Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers.

É uma metodologia Brasileira, fundamentada em Simonne Ramain, Grupalistas, Psicanalistas, Psicomotricistas, criada por Solange Thiers que durante a sua vida profissional com grupos de formação, observou, constatou e pesquisou a dinâmica: da cultura brasileira, dos regionalismos, das características, dos movimentos, das expressões, das manifestações, da interação do sentiro corpo, do comportamento emocional e social, compreendendo o sujeito psíquico na sua sociedade e as suas necessidades, que somadas se transformou em Sociopsicomotricidade.

Surge do pensar, ler, indagar, escutar e buscar novos caminhos, unindo a prática e a teoria, numa interligação entre a mente, o corpo e o social, num espaço terapêutico, onde ocorrem as transferências e o reviver de questões parentais, assim favorecendo o processo emocional, a integração e a socialização. É um caminho de ação, atuação e conscientização, que pode ser vivido em grupo e ou, individual. 

Ramain-Thiers trabalha com expressões projetivas, através de desenhos, posturas, atitudes, linguagem verbal e corporal, ampliadas com muitos e diversificados materiais, com crianças, adolescentes e adultos, abraçando também o Institucional e o Vocacional.

 O objetivo da metodologia é olhar o sujeito, o Ser, facilitando o reconhecimento de si e o reconhecimento do outro, estabelecendo o enfrentamento da fantasia, como também o enfrentamento da   realidade, tirando proveito de cada momento e se sustentando na sua comunicação.

É um processo facilitador de contato com os seus movimentos, consigo mesmo, com o cuidar do seu viver, com o organizar e ampliar a sua criatividade, aprendendo, aprimorando a qualidade de vida e fortalecendo as relações.

É um agente de desbloqueios e transformador no tempo e no espaço, na ação, nos gestos, no brincar, no falar, na criatividade, na imagem de si, na imagem criada do outro e no reconhecimento do próprio desejo.

Entrar em contato consigo mesmo é cuidar do seu viver, organizar e ampliar a sua criatividade, apreendendo e aprimorando a qualidade de vida.

A Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers preserva a singularidade, a integração, a criatividade e na sua pluralidade tem muito caminhos percorridos e grandes realizações.

Referências:

COSTE, Jean – Claude. A Psicomotricidade. Álvaro Cabral (Trad.). 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1992.

THIERS, Solange. Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers: uma leitura emocional, corporal e social. (Cols.). 2 ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998