Vol. X: Vitrais 84 - det 2017

A Revista da ABRT Associação Brasileira Ramain-Thiers - ISSN 2317-0719

 

VITRAIS
Vol. X: Vitrais 84

                        set 2017

 

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Literatura

 

 

Abandonando o tempo psicológico
 

Eckhart Tolle

 


Abandonando o tempo psicológico

Eckhart Tolle

Pesquisador e Supervisor da Universidade de Cambridge

 

Aprenda a usar o tempo nos aspectos práticos da sua vida – podemos chamar de “tempo do relógio”-, mas retorne imediatamente para perceber o momento presente, tão  logo  esses  assuntos  práticos

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tenham sido resolvidos. Assim, não haverá acúmulo de “ tempo psicológico”, que é a identificação com o passado e a projeção compulsiva e contínua no futuro.

O tempo do relógio não diz respeito apenas a marcar um compromisso ou programar uma viagem. Inclui aprender com o passado, para não repetir os mesmos erros indefinidamente. Estabelecer objetivos e trabalhar para alcança-los. Predizer o futuro através de padrões e leis, que podem ser físicas, matemáticas, etc. Aprender com o passado e adotar ações apropriadas com base em prognósticos.

 Mas, mesmo aqui, no âmbito da vida prática, onde não podemos agir sem uma referência ao passado ou ao futuro, o momento presente permanece como um fator essencial, porque qualquer ação do passado é relevante e se aplica ao agora.

O principal foco de atenção das pessoas iluminadas é sempre o Agora, embora elas tenham uma noção relativa do tempo. Em outras palavras, continuam a usar o tempo do relógio, mas estão livres do tempo psicológico.

Esteja alerta quando praticar isso, para que você, sem querer, não transforme o tempo do relógio em tempo psicológico. Poe exemplo, se você cometeu um erro no passado e só agora aprendeu com ele, está utilizando o tempo do relógio. Por outro lado, se você considerar isso mentalmente e daí resultar uma autocrítica, um sentimento de remorso ou de culpa, então você está transformando o erro em “meu”. Ele passou a ser uma parte do seu sentido de eu interior e se transformou em tempo psicológico, que está sempre relacionado a um falso sentido de identidade. A dificuldade em perdoar envolve, necessariamente, uma pesada carga de tempo psicológico.

 

 

 

 

 

 

 

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Se estabelecermos um objetivo e trabalharmos para alcançá-lo, estamos empregando o tempo do relógio. Sabemos bem aonde queremos chegar, mas respeitamos e damos atenção total ao passo que estamos tomando nesse momento. Se insistimos demais nesse objetivo, talvez estejamos em busca de felicidade, satisfação ou de um sentido mais completo do eu interior, deixamos de respeitar o Agora. E ele é reduzido a um mero degrau para o futuro, sem nenhum valor intrínseco. O tempo do relógio se transforma então em tempo psicológico. Nossa jornada deixa de ser uma aventura e passa a ser encarada como uma necessidade obsessiva de chegar, de possuir, de “conseguir”. Aí, não somos mais capazes de ver nem de sentir as flores pelo caminho, nem de perceber a beleza e o milagre da vida que se revela em tudo ao redor, como acontece quando estamos presentes no Agora.

Referências

TOLLE, Eckhart. O poder do Agora: um guia para a iluminação espiritual. Iva Sofia Gonçalves Lima (Trad.). Rio de Janeiro: Sextante, 2002. P. 59.

 

 
 

 

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