Vol. XV: Vitrais 100 - nov 2022 

A Revista da ABRT Associação Brasileira Ramain-Thiers

ISSN 2317-0719

VITRAIS
Vol. XV: Vitrais 100 - nov 2022

 

Editorial

Notícias

Literatura

Roberto Shinyashiki

 

Artigo

Elaine Thiers e Elisabete Cerqueira

 

Reflexão

Manoel de Barros

 

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elisabeteccerqueira@yahoo.com.br


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Artigo

 

 

Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers

Minicurso

 

no XV Congresso Brasileiro de Psicomotricidade, II Congresso Internacional da Associação Brasileira de Psicomotricidade 2022

 

 

Por: Elaine Thiers e Elisabete Cerqueira

 

          Elaine Thiers

Coautora da Metodologia Ramain-Thiers, Presidente da Associação Brasileira Ramain-Thiers – ABRT, Psicomotricista Titular da Associação Brasileira de Psicomotricidade - ABP, Psicóloga, Psicanalista, Sociopsicomotricista Ramain-Thiers, Especialista em Psicomotricidade pelo Conselho Federal de Psicologia, Especialista em Psicologia Clínica pelo Conselho Federal de Psicologia, Pós-graduada em Psicologia Clínica e Infantil pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Pós-graduada em Psicologia Jurídica pela Universidade Cândido Mendes,  Terapeuta de Formação e Supervisora da Metodologia Ramain-Thiers, Autora de Livros e Organizadora de Eventos Científicos.

          Elisabete Cerqueira

Pedagoga, Psicóloga, Sociopsicomotricista Ramain-Thiers, Psicopedagoga Institucional, Psicanalista, Mestra em Letras: Concentração em Literatura Brasileira, Diretora Cultural da Associação Brasileira Ramain-Thiers – ABRT, Editora Responsável pela Revista Eletrônica VITRAIS – ABRT - ISSN – 2317-0719, Terapeuta de Formação e Supervisora da Metodologia Ramain-Thiers, Autora de Livros e Organizadora de Eventos Científicos.

 

 

         Agradecemos imensamente a oportunidade oferecida pelo XV Congresso Brasileiro de Psicomotricidade e II Congresso Internacional da Associação Brasileira de Psicomotricidade, para apresentar o Minicurso da Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers.

História

         A Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers tem entre as suas bases, o Método Ramain, oriundo da França, em 1968, desenvolvido por Simonne Ramain, experimentado, numa direção exclusivamente pedagógica.

           Solange Thiers, criadora da metodologia Ramain-Thiers, foi convidada por Simonne Ramain, em 1972, juntamente com Maria Angela Kallás, para desenvolver a técnica no Brasil, priorizando assim, as questões da realidade Brasileira. Diante disso, foi preciso ampliar os estudos e as aplicações clínicas para um maior conhecimento teórico, uma vez que a experiência provou a necessidade de mudanças, pelas diferentes respostas e questionamentos dos sujeitos.

           Assim, Solange Thiers, que na ocasião era terapeuta da palavra, curso este, mais tarde designado Fonoaudiologia, foi aprimorar seus estudos cursando: Pedagogia, Psicologia, Socioanálise, Psicanálise e Mestrado em Filosofia e Ética.

          A partir de 1980 a Psicomotricidade, já começa a perceber o corpo traduzindo um psiquismo e o seu simbolismo, presentes na motricidade. Tudo isso se deu, com o objetivo de embasar as experiências vividas pelo sujeito, em função da sua prática e percepção na clínica, que apontava a dimensão de um psiquismo manifesto nas novas formas de perceber esse sujeito único, que se apresenta:  com um corpo, um emocional e um social.

             Em 1991 acontece o corte epistemológico, com a apresentação ao mundo científico. Duas décadas de trabalho com método Ramain levou a criação da Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, uma metodologia Brasileira, totalmente diferenciada do método Ramain. Com embasamento teórico de Solange Thiers, colaboração de alguns profissionais e traduções do grafismo com os desenhos de Heitor Thiers, foram criados os Orientadores Terapêuticos Thiers. A escolha do hífen, que se apresenta em Ramain-Thiers, simboliza a ligação de gratidão e respeito à Simonne Ramain

          Para ser Sociopsicomotricista Ramain-Thiers, ou ser Terapeuta com responsabilidade é indispensável, vivenciar o processo psicoterapêutico através da técnica, para poder se conhecer e assim ter condições de aplicar a sutil relação dessa singularidade que é o processo da construção do sujeito social, como também, o próprio processo.

          Observamos que para ser Terapeuta Ramain-Thiers é fundamental o reconhecimento de características pessoais, vivências na formação pessoal, como também se perceber como sujeito faltante, em busca e em direção ao desejo, no sentido de realização ou satisfação de um anseio inconsciente, de ocupar com propriedade a sua escolha.

          É preciso, além do processo pessoal, reconhecer as sutilezas de ação: a formação pessoal; a teoria; a técnica; a prática supervisionada.

          A duração da Formação em Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers se dá em no mínimo 24 meses.

          Solange Thiers, (2016) declara:

No entrelace da filosofia, psicanálise e Ramain-Thiers, podemos encontrar na sociopsicomotricidade elos, que interligam o presente ao passado com a preocupação de formar a pessoa: o “ser” que na vida será um cidadão. Nos homens de hoje desapareceram os vínculos amorosos, que sustentam o viver e para conhecer o “ser” somos levados a passar por concepções filosóficas através do tempo. (PRISTA, 2016, p. 27).

 

Formação Pessoal              

          A importância do conhecimento de si mesmo, com sustentação teórico e técnico, que facilita essa compreensão da própria história e permita trabalhar com segurança, propriedade e sensibilidade.

          Para que?

          Como escrevem, (1981), Ivan Lins e Victor Martins em: “Daquilo que eu sei”

         Daquilo que eu sei

Nem tudo me deu clareza

Nem tudo foi permitido

Nem tudo me deu certeza...

Daquilo que eu sei

Nem tudo foi proibido

Nem tudo me foi possível

Nem tudo foi concebido...

Não fechei os olhos

Não tapei os ouvidos

Cheirei, toquei, provei

Ah!

Eu usei todos os sentidos

Só não lavei as mãos

E é por isso que eu me sinto

Cada vez mais limpo!

Cada vez mais limpo!

Cada vez mais limpo!

 

          O que é essencial na formação do Sociopsicomotricista Ramain-Thiers é o processo terapêutico, ao qual se submete, que deve ser efetivo, pois, ao passar pelas propostas, sejam plásticas, corporais ou verbais, o terapeuta em formação, desprovido de conceitos e pré-conceitos, precisa entrar em contato e viver a complexidade das suas emoções, motivações, sintomas, fantasias conscientes e inconscientes.

          A melhor introdução ao conhecimento humano é a descoberta, de que em algum lugar dos seus pensamentos, o terapeuta pode encontrar palavras, lembranças, visões, razões, histórias e pensamentos similares à sua escuta, ou melhor, similares à sua própria história.

          Para conseguirmos aprofundar na história do outro é indispensável o desejo, o preparo e o mergulho na própria história, ressignificando assim, as dores e as experiências de cada um. Cada terapeuta só consegue lidar emocionalmente e até mesmo conhecer as próprias questões, trabalhando os seus limites. Assim o Sociopsicomotricista Ramain-Thiers, passando pelo processo da Formação Pessoal, do profissional, que é Psicoterapia de Grupo, se tornará competente para atuar individualmente ou em grupo, reencontrando questões essenciais de sua vida.

          O lugar significativo da Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, percebido por Solange Thiers, (1980) compatível com a realidade Brasileira e estabelecido pela sua práxis psicomotora, psicanalítica, filosófica e ética, constrói uma identidade do sujeito e do social. Com essa visão de sujeito, inserido no mundo é possível transcender, oferecendo possibilidades de mudanças de ação e de discurso, para viabilizar a criatividade, a auto-observação e a introspecção.

          Na Formação Pessoal, o processo de psicoterapia do Sociopsicomotricista, abrange os momentos: atividades plásticas, trabalho corporal e verbalização.

          A duração da Formação Pessoal é de 150 horas, distribuídas em cinco módulos de 30 horas.

Atividades Plásticas      

          As atividades plásticas utilizam os materiais intermediários: lápis de cor; papeis de diferentes diagramações; tesoura; alicate; cola; durex; arames entre outros, como instrumental, para facilitar a emergência de conteúdos inconscientes. Esses materiais evidenciam a atualização do mundo simbólico e surgem como “objetos transicionais” (Winnicott, 1951), representando fenômenos universais, objetos de conforto, características do desejo do sujeito de se comunicar.

          Nas atividades da formação, quando ocorre um erro, nunca é utilizada a borracha. A correção acontece através do uso dos lápis de cor, de forma saudável, proporcionando uma reparação psíquica do seu processo.

          Solange Thiers, (1998, p.29) afirma que o erro vivido na situação do trabalho emocional é a possibilidade de atualizar na dinâmica da personalidade, um processo infantil, que projeta suas questões, pela quebra de defesa e racionalização.

          A Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers possui livros exclusivos, denominados orientadores, específicos por idade, para formação do profissional.

          As atividades são organizadas e classificadas baseadas nas etapas da evolução psicossexual, características da sexualidade infantil.

          O estudo das etapas da evolução psicossexual é importante no entendimento da psicopatologia, que vem à tona no atendimento clínico, como também, na ação dinâmica do processo, ou seja, o impacto dos estímulos externos e dos estímulos internos pressionam o aparelho psíquico e assim haverá a possibilidade de fugir da pressão ou não.

          Abraham começa investigar os traumas infantis e Freud abraça a ideia pensando sobre os instintos de autoconservação. Freud observou, que ao ser alimentado, um bebê não tem satisfação desses instintos e sim tem a necessidade de aconchego, ficar no colo ou chupar o dedo.

          Os instintos sexuais não comprometem a vida do sujeito, pois podem ser satisfeitos ou não, totalmente diferente dos instintos de autoconservação imprescindíveis no desenvolvimento.

          A sexualidade infantil é composta por impulsos parciais e está interligada com a organização do desenvolvimento. Não tem conexão com a sexualidade adulta que é totalmente genital.

          Na fase oral todas as excitações estão na boca e o seio materno ou a sua substituição é tudo que vai satisfazer não somente a alimentação, mas outras necessidades que oferecem prazer.

          Abraham dividiu a fase oral em dois tempos:

         Oral primário ou sucção, que vai até mais ou menos 06 meses de idade. Esta fase também pode ser chamada de fase pré-ambivalente, estágio narcísico primário ou estágio anaclítico. Neste momento basicamente predomina a ideia de que o bebê ainda se encontra no útero.

         Oral secundário ou canibalístico, que vai de 06 meses até 01ano e se caracteriza pelo nascimento dos dentes e o morder. O bebê começa a se vincular com o mundo exterior. É o tempo da dependência, ausência, espera, afastamento, destruição, ataques, prazer e desprazer, amadurecimento sensório motor.

           Entre 01 e 02 anos é o tempo do desmame, de definitiva separação da fonte alimentar e do prazer.

      A fase anal, que se dá entre 02 e 03 anos, estão presentes as funções do engatinhar, andar, linguagem, função esfincteriana: expulsão e retenção. A mãe permanece como objeto fundamental, porém não somente na função de alimentar, dar aconchego e conter, mas com interesse na capacidade da criança controlar os esfíncteres, as mãos, os deslocamentos espaciais etc. Assim tudo que tentar manipular, também tentará controlar. O controle e a manipulação de objetos e até do pensamento, está ligado aos neuróticos obsessivos.

          O medo de ser deglutido na fase oralé substituído na fase anal, pelo medo de ser despojado, arrancado, esvaziado.

          O valor de troca entre a criança e o mundo exterior são as fezes oferecidas ou recusadas e no mundo adulto o dinheiro.

          Abraham dividiu a fase anal em: expulsiva e retentiva.

         Na fase anal expulsiva estão as agradáveis sensações na zona anorretal, ou seja, na eliminação das próprias fezes como um presente para satisfazer os desejos dos outros, agradar, conquistar, manter o carinho, demonstrar afeto.

         Na fase anal retentiva a sensação de prazer está em reter as fezes, entendido como hostilidade aos pais, agressão, poder, sentimentos de onipotência, superestimação narcísica, posse, sadismo, masoquismo, ambivalência, atividade de passividade, dualidade.

         A fase fálica ocorre no terceiro ano de vida, onde os órgãos genitais concentram uma energia pulsional. O órgão anatômico masculino adquire um valor de existência tanto para o menino, quanto para a menina.

          Nesse momento o desenvolvimento psicossexual se dá em subetapas, segundo Fenichel, como um período intermediário entre a fase anal e a fase fálica e a urina terá a mesma função das fezes, ou seja, terá o mesmo prazer de expulsão e retenção. A micção, tanto nos meninos, quanto nas meninas terá significado fálico ou até sádico e será equivalente a uma penetração com fantasias de destruição, domínio e controle.

          Nesse período do desenvolvimento sexual, aparece a masturbação infantil, exacerbado pelas preocupações sociais de limpeza, a excitação natural da micção, que já existia nas etapas anteriores como o sugar, os banhos, troca de fraldas, passeios, entre outros.

         A curiosidade sexual se institui: na descoberta das diferenças anatômicas; na cena primária; na escopofilia.

         A descoberta anatômica dos sexos, tanto nos meninos quanto nas meninas, causa uma angústia enorme, pois mostra a desigualdade, a ilusão de que todos são iguais, a perda narcísica e por isso sempre é negada. A visão do próprio corpo e do corpo diferente vão lentamente progredindo e se tornando realidade. Assim as fantasias criadas pela criança serão transformadas em posições ocupadas no mundo. Desejos até agora satisfeitos passam a ser negados e se encontram no Complexo de Édipo.

         A cena primária é uma fantasia ou uma teoria, que existe na criança, de que foi testemunha do relacionamento sexual dos pais. Seria uma ideia de origem do sujeito e que não é a única, pois existe a fantasia de sedução e existe a fantasia de castração. Em todo esse drama, incluído na constituição da singularidade do sujeito está a identificação, a projeção de sentimentos de raiva e de desespero, o sentimento de exclusão e abandono na posição do terceiro excluído.

         A escopofilia ou voyerismo está no desejo da criança de penetrar no relacionamento íntimo dos pais. É apenas um desejo de entender as origens da sua alteridade.

          As teorias sexuais infantis ou fantasias são respostas à um conjunto de hipóteses criadas pelas crianças, relacionadas ao próprio corpo, lugar e fonte das pulsões, no contato e como desejo de outros corpos. Se expressam num conjunto de fantasias pelo contato:

         Teoria da Fecundação Oral é a crença de que a gravidez foi por ingestão de um alimento fantástico ou pelo beijo.

         Teoria da Fecundação Ano-Uretral é a crença de que a gravidez se dá no urinar e defecar em contato com outra pessoa.

         Teorias Visuais da Fecundação seriam crenças de que a gravidez acontece na exibição simultânea ou sucessiva dos órgãos genitais.

          Todas essas teorias são parecidas quanto à anatomia e à fisiologia da cópula, são fantasias narcísicas, especulares, poisainda não existe distinção entre os sexos.

         O parto anal tem as suas origens na sensação e visão do ato de defecar, teoria cloacal, como um produto que nasce do sujeito.

         O coito sádico compõe os fenômenos projetivos, fantasias imaginárias que dão embasamentos depois de sucessivas transformações, às fantasias do Complexo de Édipo.

         O aspecto narcísico e pré-genital da fase fálica se trata:

         Pênis que é o órgão anatômico e sensível masculino.

         Falo que ao contrário é um símbolo, não sensível e abstrato. Assim o Falo é uma fantasia que condensa a posse e uma potência do ser.

         A posse real e concreta de um pênis dá ao sujeito uma ilusão-fetichista de possuir um falo.

         A ilusão narcísica é o último tempo do narcisismo, ou seja, a compreensão de que existem outras pessoas além de si mesmo e a compreensão de presença, ausência, potência e fraqueza, decorrente da falta.

         A descoberta e a sua negação nesse período estão relacionadas a impossibilidade de aceitar a falta. No menino aceitar a falta simboliza perder, castração e na menina essa aceitação simboliza aceitar a castração. Ambos ainda vivem a fantasia da existência de um único sexo.

          A angústia de castração se dá pela observação e constatação das diferenças. É universal, ninguém escapa de viver essa angústia, que se trata da angústia de morte e faz parte do amadurecimento psicológico do sujeito.

         No menino depois que descobre as diferenças entre os sexos, primeiramente tenta rejeitar essa possibilidade. Essa recusa pode vir a ser origem das perversões e psicoses.

         Após a rejeição da realidade, num segundo momento, o menino fantasia a ausência como mutilação imposta pelos pais para castigar desejos e prazeres proibidos.

         Num terceiro momento, o menino se recusa a reconhecer que todas as mulheres não possuem um pênis, fantasiando que sua mãe possui um pênis imaginário que simboliza a potência adulta e assim não sofrerá as penúrias da castração, ou seja, o castigo.

         Na menina, inicialmente e praticamente tudo é ignorado, existe um a tentativa de   rejeição da realidade. A constatação e a comprovação das diferenças, se estabelece como uma enorme frustração, ou seja, se traduzirá como a ferida narcísica, provocando um sentimento de inferioridade corporal e genital, mas permitirá se voltar para o pai, como objeto de amor, passando a reconhecer a vagina como investimento libidinoso.

         Primeiramente ocorre a fantasia de que possui um pênis. Sendo assim alguém tirou esse pênis e então, necessita reconquistá-lo.

         Num segundo tempo da perda imaginária, a menina responsabiliza a sua mãe pela perda e então ataca e denigre essa mãe se aproximando do pai.

         Num terceiro momento, estando ligada ao objeto-pai, a menina substituirá o desejo de possuir um pênis pelo desejo de ter uma criança.

          Na fase genital, entre 03 e 05 anos, temos como instrumental, o Complexo de Édipo, que é um drama, porque o sujeito demonstra suas vivências em forma de fantasias como num teatro.

         Nesse teatro os personagens são: o pai, a mãe e o sujeito, onde o sujeito vivenciará diferentes momentos e papéis, que se repetem durante toda a sua vida. Em outras palavras o Édipo é simplesmente a história do nosso primeiro amor infantil ou é o intemporal que faz da própria vida uma história que se repete continuamente. 

         Dentro da Cultura a incesto funda tudo que pertence à ordem da proibição, ou seja, as normas, as regras, as leis que regulamentam a vida social em que o sujeito está inserido.

         O incesto será o prazer sentido com a mãe. Não se trata de prazer genital, sexual, pois não há possibilidade biológica de concretização.

         A proibição do incesto é a única regra social que possui tanto um viés cultural, quanto universal. Seria causado por um horror instintivo e perceptivo psicologicamente, biologicamente e culturalmente, com sérios efeitos danosos na humanidade. Assim a proibição do incesto é o conceito que explica a Entrada na Cultura.

         A estrutura pré-edipiana se trata da fundação na construção da história do sujeito, quer dizer, nem tudo que é vivido se integra imediatamente no aparelho psíquico. Aos poucos haverá o amadurecimento.

          O Complexo de Édipo no menino se apresenta em depositar toda a sua carga libidinal na mãe, ao se identificar com o pai, Identificação Primária.   O paipassa a ser imitado e a ser rival, mas encontrará obstáculo para a obtenção do objetivo materno que é justamente o pai funcionando como rival.O importante é esclarecer que sempre existirá uma dupla identificação no menino.

         O movimento exogâmico do menino, deslocamento fundamental:

         Superará a angústia de castração, fantasia de ser atacado pelo pai.

         Renuncia a conquistar eroticamente a mãe, abandonando a competição com o pai.

         Fecha o acesso à posse dos pais e procura satisfação nos objetos substitutivos.

         O Complexo de Édipo na menina se apresenta mais intenso por se tratar do seu objeto primeiro, ser a mãe. A decepção com a mãe marcará a inveja do pênis, a procura do pai e uma ambivalência em relação a mãe.

          Finalizando o Complexo de Édipo se fortalecerá na puberdade e na adolescência quando biologicamente o corpo está pronto, amadurecido.

          É a culminação de toda a organização psicossexual do sujeito, pois conduz à construção da realidade do objeto inteiro, global e fundamentalmente sexuado com possibilidades de trocas e criatividade. O Complexo de Édipo estrutura todas as instâncias psíquicas, Id, Ego e Superego.

          Toda a estrutura da Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, está fundamentada na psicomotricidade, numa leitura analítica, de acordo com o pedido inconsciente do grupo. Assim temos como instrumental: arames; recortes; quebra-cabeças; estimativas; volumes; caleidoscópios; motivos simétricos, sempre, vinculando à entrada do sujeito na cultura, na socialização. O objetivo é mobilizar a Lei Maior: situação interna de como cada um viveu o Complexo de Édipo.

Trabalho Corporal

          O Trabalho Corporal se apresenta como base de concepção do corpo: biológico, fantasmático e psicanalítico, promovendo a conscientização de diferentes posturas psicomotoras. Tem como objetivo a liberação dos recalques corporais, facilitar a integração mente, consciência corporal, afeto e social, experenciado em grupo e individual, focando sempre na realidade.

          As propostas são diretivas, semidiretivas ou de acordo com a demanda do grupo. A finalidade é encontrar a “atenção interiorizada” através da respiração, ritmos, equilíbrio, deslocamentos, segmentos, organização, reconstrução, sensibilização, trocas, entrelaçamentos, imaginação, com diferentes materiais intermediários, observando os momentos do grupo: reconstrução da maternagem, (fase oral); entrada do limite, (fase anal); movimento edipiano, (fase fálica); busca da identidade, (fase genital).

          Todo trabalho corporal acontece com temas musicais escolhidos pelo terapeuta de formação visando sensibilizar o sujeito. Os materiais utilizados, são: bolas diversas; cordas; bambolês; texturas variadas de papéis, tecidos, óleos, aromas, alimentos, instrumentos musicais e outros, enfim, o terapeuta faz a sua escolha de acordo, com a necessidade emocional do grupo.

          Os momentos do grupo são percebidos pelo terapeuta para favorecer a integração do grupo e do sujeito no grupo. Todo processo se dá para buscar e reencontrar o que existe em cada sujeito, mas que se esconde e fica perdido em algum momento de vida. Esse reencontro de novos caminhos nem sempre é agradável, mas uma possibilidade de se encontrar e se transformar.  

          Assim o que se pretende é um desenvolvimento integral do sujeito, o despertar de atitudes e um maior conhecimento de cada degrau da sua história.

         O trabalho corporal é um grande coadjuvante na Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, para ajudar na integração do sujeito, possibilitando o encontro de novos caminhos, novas possibilidades, entrando em contato com a atenção que existe dentro de cada sujeito, mas que fica adormecida.

         A finalidade é encontrar a própria“atenção interiorizada”, ou  reencontrar o que possuímos e esquecemos, ou seja, buscamos um desenvolvimento integral, o contato consigo mesmo, a própria essência e saber mais sobre si mesmo.Como diz a letra da música, ficando cada vez mais limpo das interferências internas e externas.

Verbalização

          A verbalização é muito significativa na Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers, pois é o momento para o sujeito associar as atividades plásticas vividas, como também o trabalho corporal à sua história de vida.

          As devolutivas do Sociopsicomotricista no trabalho terapêutico de grupo podem ser pelas leituras: horizontal, vertical e transversal.

          A leitura horizontal é aquela onde se percebe a fala de um participante do grupo, como representante do desejo do grupo como um todo.

          A leitura vertical é quando se trabalha emocionalmente a fala de cada sujeito, seus conteúdos emocionais e as interligações que ocorrem nas tramas das identificações entre os participantes do grupo.

          A leitura transversal refere-se à leitura da atualidade, as questões sociais, políticas e econômicas que perpassam a fala do sujeito no grupo.

         No trabalho terapêutico utilizamos essas três leituras.

         Em empresas, não é feita a leitura vertical, somente a horizontal e transversal, pois não é ético trabalhar questões pessoais.  Desta forma estaria expondo os sujeitos nos seus ambientes de trabalho.

         Todo esse investimento, que se dá fundamentalmente na transferência, está no discurso, na linguagem traduzida e demonstradas pelo pensamento e reconhecida pelo sujeito.

         A palavra nunca tem um único sentido, pois sustenta muitas criações inconscientes. A transferência existe quando a ideia que o sujeito possui de si mesmo, se confunde com a realidade em que está situado. Todo o processo transferencial está em mostrar a diferença entre a ilusão e a realidade. Assim o Sociopsicomotricista em formação, no processo vive e revive situações individuais, grupais e sociais, os eventos formadores da sua existência, na tentativa de atualizar, reconstruir e reintegrar a sua própria história, condição fundamental para um profissional.

          Solange Thiers, (2010),assim descreve a sua posição sobre a formação:

A formação do terapeuta é um trabalho artesanal, porque o Ser Terapeuta é uma função conquistada e não somente apreendida. A conquista na Psicomotricidade se faz por aqueles que puderam submeter-se a processos terapêuticos emocionais corporais, que puderam mobilizar seus conteúdos na relação consigo mesmo, com o outro e que conseguem colocar-se de forma íntegra no mundo. (PRISTA, 2010, p.25).

 

          A Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers é um processo de psicoterapia de grupo, indispensável na formação pessoal do sociopsicomotricista, que permite a expressão da criatividade e a interação do sujeito com o mundo. É indispensável para trabalhar e entender a si mesmo, o outro e o grupo, ter as suas questões pessoais conhecidas e elaboradas psicoterapeuticamente na transferência e na contratransferência. Assim a identificação da contratransferência é fundamental, devido a existência de uma linguagem não verbal, sinalizando uma necessidade grupal.

          A transferência se dá quando as imagos infantis, ou seja, as memórias infantis são direcionadas ao terapeuta. Assim sendo, também um ser humano, sujeito da ação é fundamental dosar a simpatia, a antipatia, os afetos, os humores, os ímpetos pulsionais e compreender as lutas psíquicas do paciente. Sem essa disponibilidade e sensibilidade não poderia observar, ler e examinar as falas, suas projeções e trabalhar o comportamento e as manifestações inconscientes.

          A contratransferência está no controle contínuo da própria atitude do terapeuta a respeito do paciente, retificando sempre que necessário os próprios sentimentos, fantasias, desejos, sensações e pensamentos conscientes e inconscientes, pois são pontos cegos ou mesmo aspectos não trabalhados na própria análise, obstáculos ou instrumentos para o processo terapêutico. O importante é entrar em contato com a contratransferência sem medo e experimentar viver as associações livres manifestas das próprias proposições e dos comportamentos do paciente.

          O invisível interjogo transferência e contratransferência é inevitável e está sempre presente na Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers.

Instrumental

          As atividades plásticas são trabalhos que tem como objetivo o desenvolvimento da aprendizagem e o despertar do inconsciente através de projeções e criações. As constatações das projeções que acontecem no trabalho são expressas, quando são utilizados os Orientadores Terapêuticos Thiers, com desenhos inéditos, embasamento emocional, psicomotor e cognitivo, elaborados por Solange Thiers, frutos de suas pesquisas e experiências de 1972 a 1991.

          Os Orientadores Thiers são livros, de uso exclusivo dos profissionais formados em Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers. São eles: CR - Orientador Terapêutico Thiers Crianças; AD – Orientador Terapêutico Thiers Adolescentes; E – Orientador Terapêutico Thiers Adultos; DB – Coleção Thiers Descobrindo Brincar. O Orientador Thiers de Formação Pessoal é de uso exclusivo para os profissionais formadores.

          Os Orientadores Thiers apresentam propostas que são classificadas seguindo a Organização Genital Infantil segundo S. Freud. Assim o profissional identificando o momento emocional vivido pelo grupo, escolhe a proposta mais adequada, pois a programação do trabalho ocorre na medida em que essa percepção se torna possível.  

Teórico e Técnico

         O embasamento teórico e técnico na Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers apresenta, correlações de conceitos psicanalíticos, prática, bases teóricas e devolutivas dos momentos grupais.

          Na Leitura Vertical estuda:

Segundo Freud: Inconsciente, Recalque, 1ª e 2ª tópicas. Enquadre, Interpretação, Setting, Contrato. Narcisismo, Organização Genital Infantil, Transferência e Contratransferência.

Segundo Winnicott: Objeto Transicional, Espaço Potencial e Holding. Segundo Klein:  Posição Esquizo-paranóide e Posição Depressiva.

          Na Leitura Horizontal estuda: A cultura na Obra de Freud, Bion, Pichon Rivière e Thiers.

          Na Leitura Transversal estuda: Os Mitos e a Ética de Sócrates. Aristóteles. John Locke. Immanuel Kant. Aléxis de Tocqueville.

          Aindaestuda o desenvolvimento Biopsicossocial na Psicomotricidade.

          O tempo mínimo da Formação teórica, técnica e supervisão de estágio é de 445 horas.

Erro

          O erro na Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers tem o mesmo valor do acerto. Demostra que o sujeito não deixou de tomar uma atitude em direção ao acerto, mas sim caminhou no encontro de uma saída. Buscou alternativas, se aventurou, investiu, em vez de se tornar refém da incapacidade e das críticas.

         Os erros provocam ansiedades, medos e defesas, mas também preparam para as vitórias, transformam e ajudam a recomeçar deixando de incomodar, possibilitando o crescimento. Ao realizar a proposta Ramain-Thiers, o sujeito projeta seus conteúdos inconscientes e conscientes. O erro é uma projeção que ajuda na reparação dos objetos internos, vividos nos trabalhos, buscando novas direções.

         Os lápis de cor são usados como possibilidades de mudanças de caminho, correção e reparação. Conforme Solange Thiers (1998), “As cores foram muito estudadas no passado como elementos da harmonização e no Ramain-Thiers, sua importância é capital, porque o processo terapêutico só acontece à medida que são usados os lápis de cor.” (Thiers,1998, p. 34). 

         As cores em Ramain-Thiers assim se apresentam: lápis preto para iniciar o processo seguindo sem erros até a finalização, pois havendo erro ocorre a mudança de cores para reparação, que deve ser sadia, ou seja, deve ocorrer se de fato houver um erro e não de forma maníaca somente para trocar de lápis e buscar um colorido harmonioso, com a finalidade de tamponar o que está vivenciando.

         Na mudança de cores, ocorrendo o erro, normalmente utilizamos o lápis vermelho, o lápis azul e o lápis verde. Assim, sucessivamente as cores funcionam como uma transição de adaptação ao real, num confronto consigo mesmo, não retornando ao lápis preto. Também não utilizamos borracha, porque analogamente na vida não apagamos os erros cometidos.        

         Na visão de Solange Thiers (1998), “Os sistemas da cor, a sua simbologia e seus códigos são resultantes da adoção consciente de determinados valores inconscientes, porque o que dá significado e qualidade ao símbolo é a sua utilização” (Thiers, 1998, p. 34).

          Os símbolos possuem a função de comunicação e representação, ou seja, possuem uma finalidade social e grupal.  Assim, nas mudanças das cores acontece a comunicação na sua subjetividade promovendo a reparação e um novo caminho.

          Os símbolos surgem do inconsciente e do meio para preencher uma função favorável à vida pessoal e social.

Estágio Supervisionado

         O estágio supervisionado tem a duração de 60 horas. Nesse momento o Sociopsicomotricista em Formação terá a oportunidade de aplicar preferencialmente em grupo o conhecimento adquirido e apreendido.

         A supervisão é indispensável na prática dos atendimentos na psicomotricidade, porque o profissional em formação precisa de uma visão mais ampliada no auxílio do seu trabalho.

         O papel do supervisor é trazer segurança ao profissional em formação, desafiando o mesmo a pensar, oferecendo um retorno com a finalidade de aprimorar o conhecimento, a prática clínica e a prática institucional.

         O supervisionando deverá desenvolver as melhores técnicas de trabalho, favorecendo o crescimento dos seus pacientes.

         A supervisão deverá ser permanente, ou seja, mesmo após a conclusão do estágio, o profissional precisa dar continuidade, desenvolvendo cada vez mais os seus conhecimentos e a prática profissional.  

Prática.

         A Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers está em constante atualização, sempre acompanhando os movimentos da sociedade e o crescimento contínuo das gerações.

         A prática Ramain-Thiers pode ser aplicada em consultórios para atendimento de crianças, adolescentes, adultos e idosos em grupo e ou individual em:

Dificuldades de aprendizagem. Queixas escolares.Conflitos emocionais, dificuldades afetivas e estruturação afetiva. Sensibilização. Escolha Profissional. Terapia de casal. Recuperação de dependentes químicos. Lutos, medos e diferentes possibilidades de trabalho.

         A prática institucional pode ser aplicada em:

Saúde mental e Trabalho em Empresas.Sensibilização de Educadores e Escolas. Spas. Reintegração de Jovens Infratores.Zona Rural.Idosos Institucionalizados. Grupo de Pais. Recuperação infanto juvenil em grupos de crianças e adolescentes institucionalizados com diferentes demandas.Grupo de Gestantes.

         Na prática clínica, o Sociopsicomotricista em formação que é psicólogo atuará como Psicoterapeuta e os demais profissionais atuarão como Socioterapeutas. O trabalho avançará até onde seus próprios processos internos e resistências lhe permitam.

         Toda a prática na Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers está fundamentada nos Orientadores Terapêuticos Thiers e nas edições:

         Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers: uma leitura emocional, corporal e social de Solange Thiers e Colaboradores; Compartilhar em Terapia: seleções em Ramain-Thiers, org. de Elaine Thiers; Essência dos Vínculos, org. de Solange Thiers e Elaine Thiers; Corpo e Afeto: reflexões em Ramain-Thiers, org. Ana Cristina Geraldi e Solange Thiers; Ética Pública de Solange Thiers.

  

REFERÊNCIAS

ABRAHAM, Karl. Teoria Psicanalítica da Libido: sobre o caráter e o desenvolvimento da libido. Trad.: Jayme Salomão e Christiano Monteiro Oititica. Rev.: Elisa Dias Velloso. Rio de janeiro: Imago Ed. Ltda, 1970.

LACAN, Jaques. O seminário 1: os escritos técnicos de Freud, 1953-1954; texto estabelecido por Jacques – Alain Miller. Versão Brasileira:  Betty Milan. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar Editora, 2009.

KUSNETZOFF, Juan Carlos. Introdução à Psicopatologia Psicanalítica. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 1982.

FIGUEIRA, Sérvulo Augusto. Org. Contratransferência: de Freud aos contemporâneos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1994.

GERALDI, Ana Cristina; THIERS, Solange. Orgs. Corpo e Afeto: reflexões em Ramain-Thiers. Rio de Janeiro: Wak. Ed., 2009.

PRISTA, Rosa. Org. Formações em Psicomotricidade no Brasil. São Paulo: ALL Print Editora, 2010.

PRISTA, Rosa. Org. Psicomotricidade: que prática é esta? São Paulo: ALL Print Editora, 2016.

THIERS, Elaine: Org. Compartilhar em Terapia: seleções em Ramain-Thiers. Comissão científica: MELLO, Leila Maggio Teixeira; POYARES, Maria Monteiro Drummond; ALMEIDA, Marilú Miranda e. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998.

THIERS, Solange; THIERS, Elaine. Ogrs. A Essência dos Vínculos. Rio de janeiro: Altos da Glória, 2001.

THIERS, Solange. Sociopsicomotricidade Ramain Thiers: uma leitura emocional, corporal e social. 2ª ed. ver. e atual. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998.

THIERS, Solange. Ética pública: o princípio do “interesse bem compreendido” segundo Alexis de Tocqueville. Londrina: Edições Cefil, 2003.

ZIMERMAN, David E.; OSORIO, Luiz Carlos. Como trabalhamos com grupos. Poro Alegre: Artes Médicas, 1997.